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Este blog objetiva propiciar um espaço para pesquisa e discussão de temas relacionados a educação e cultura. Defendo uma prática docente pautada no respeito à diversidade, em relações humanas saudáveis no ambiente escolar, paz na escola e na pluraridade de idéias. Sem o seu acesso, faltaria algo muito importante para a continuidade deste trabalho. Por isso, BEM-VINDO!

“Posto que as guerras nascem na mente dos homens, é na mente do homens onde se deve erigir os baluartes da paz.” Organização das Nações Unidas (ONU)

domingo, 10 de maio de 2009

Mito ou realidade? Os professores não são bons leitores.



É consenso a necessidade de os professores de todas as áreas têm de que seus alunos sejam melhores leitores. Analfabeto funcional, hoje em dia, é um conceito frequente na maioria das rodas de professores que aflitos com as dificuldades de grande parte dos alunos em entender até mesmo enunciados simples, veem impossibilitado o processo da aprendizagem formal. A ausência de políticas públicas eficazes para a realização de projetos de leitura é sentida e reclamada. Não que não existam. É que os poucos que temos e os resultados inexpressivos desses contribuem para pensarmos que muito há para se fazer.

Mas qual seria o melhor caminho? Campanhas de incentivo? Se essas não forem acompanhadas de criação de bibliotecas e de melhoria das que já existem muito pouco poderemos andar. E as bibliotecas das escolas? Quantos títulos têm a biblioteca da sua escola? É possível pegar livros emprestados nela? Tem funcionários em todos os turnos? É um local agradável ou os estudantes fogem de lá pela austeridade exigida naquele local?

Falamos muito para os alunos sobre a importância de ler e com certeza gostaríamos que todos fossem leitores eficientes. Sabemos que os jovens mais carentes não vêm de famílias letradas e identificamos isso como um grande problema. E é. Enfim, culpamos o Estado, a família e nos apegamos ao discurso de que a escola não pode tudo. E não pode mesmo. Mas é o mea culpa quem já fez?

Deixando mais claro a nossa provocação: como exigir dos alunos que leiam se encontramos nas salas de aula professores que pouco leem?

Todos afirmam que ler é importante e prazeroso. Que a leitura é capaz de nos conduzir a mundos fantásticos. Mas se é assim, porque os professores não são leitores vorazes? Eles já conhecem essa verdade e são leitores eficientes. Porque leem tão pouco então? Onde está o bom hábito de leitura entre os mestres? Ou será que isso não corresponde à realidade?

Uma pesquisa divulgada no site da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostra que entre as atividades relativas às preferências culturais apresentadas aos docentes, destacam-se aquelas ligadas à profissão. A maioria dos professores, 52%, declara que costuma ler materiais de estudo ou formação. Quanto ao tipo de leitura preferido, a opção que obteve maior número de respostas foi pedagogia e educação, com 49,5%, seguida de livros científicos, com 28,3%. Depois aparecem literatura de ficção, com 27,6% e livros de autoajuda, com 23,8%. Quanto à leitura de jornais, um veículo acessível e que traz informação, 23,5% dos professores declararam que leem uma ou duas vezes por semana, 9,5% que leem a cada 15 dias e 3,7% que não leem jornal nunca.

Está lançada a provocação. Queremos saber se é mito ou realidade que os professores não leem. Para isso abrimos um discutindo para você nos contar o que está lendo agora.São conhecidos todos os fatores que dificultam o acesso aos livros e a outros bens culturais, entre os maiores vilões destacaríamos a falta de poder aquisitivo, a falta de tempo e a não oferta de bons programas em várias áreas do país, pois as programações se concentram nos grandes centros e nesses, como no Rio de Janeiro, por exemplo, na Zona Sul.

Mas apesar dos problemas me parece claro que fazer o que eu falo, mas não o que eu faço, não pode ser um bom caminho. Concordam?

Gostaria de fechar com as palavras de Ana Maria Machado, autora de 107 títulos, sendo 97 voltados ao público infantil, e ganhadora do Prêmio Hans Christian Andersen, o Nobel da literatura infanto-juvenil:

"O bom educador transforma qualquer coisa em material de aula. Ninguém pode dizer que uma semente é, em si, didática. O bom professor pega a semente e ensina a origem da vida. O mesmo vale para o livro. Em si, ele não é didático. O que existe é a possibilidade de criar muitas aulas com base em seu conteúdo, considerando que os grandes temas da humanidade estão presentes nas grandes obras".

Fonte:http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0105.html

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