Querido Visitante,
Este blog objetiva propiciar um espaço para pesquisa e discussão de temas relacionados a educação e cultura. Defendo uma prática docente pautada no respeito à diversidade, em relações humanas saudáveis no ambiente escolar, paz na escola e na pluraridade de idéias. Sem o seu acesso, faltaria algo muito importante para a continuidade deste trabalho. Por isso, BEM-VINDO!

“Posto que as guerras nascem na mente dos homens, é na mente do homens onde se deve erigir os baluartes da paz.” Organização das Nações Unidas (ONU)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

PROJETO DE LEI

PROJETO DE LEI .. ESSA É EXTRAORDINÁRIA !!!

Projeto obriga políticos a matricularem seus filhos em Escolas públicas. Uma idéia muito boa do Senador Cristovam Buarque.
Ele apresentou um projeto de lei propondo que todo político eleito (vereador, prefeito, deputado, etc.) seja obrigado a colocar os filhos na escola pública. As conseqüências seriam as melhores possíveis.. Quando os políticos se virem obrigados a colocar seus filhos na escola pública, a qualidade do ensino no país irá melhorar. E todos sabem das implicações decorrentes do ensino público que temos no Brasil. SE VOCÊ CONCORDA COM A IDÉIA DO SENADOR,
DIVULGUE ESSA MENSAGEM. Ela pode, realmente, mudar a realidade do nosso país. O projeto PASSARÁ, SE HOUVER A PRESSÃO DA OPINIÃO PÚBLICA.

Confira aqui

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Educação com prazer


O ensino lúdico é tema constante nas discussões sobre educação. Paulo Freire, Jean Piaget, Lino de Macedo, Celso Antunes e Rubem Alves estão entre os teóricos que já se ocuparam do tema. E qual professor ou aluno não deseja uma aula animada, em que circule energia positiva?

A disposição para o encontro parece ser um bom caminho na formação intelectual e, principalmente, numa educação comprometida com a vida. Levar essa incumbência a sério é tarefa árdua, mas compromisso e desenvolvimento existencial são “formas vivas” que não combinam com uma seriedade protocolar, burocrática.

Por mais complexa que seja a situação, a leveza e a brincadeira são indispensáveis na construção das relações realmente verdadeiras. É no ambiente dessas relações, carregadas de afetividade, que realizamos a possibilidade de ampliar horizontes, aprofundar os encontros e produzir conhecimento.

Trazer a dimensão lúdica para a sala de aula é, para o professor, uma oportunidade de repensar sua prática e criar discussões que, além de propiciar a integração da turma, abram novas veias por onde possa circular o conteúdo das disciplinas.

Lúdico é “o que se faz por gosto”, e o impulso para o jogo é, segundo o filósofo Schiller, que propôs uma educação pela estética, a atividade formadora do sujeito. Seguir essa ideia significa, portanto, ter a beleza como parâmetro das relações.

Uma turma integrada, que tenha o conhecimento por objetivo comum, e um professor estimulado soam como cena utópica diante dos tantos percalços que sabemos fazer parte do cotidiano da escola. Mas, como bem propôs a poeta Cecília Meireles, devota incondicional da reflexão sobre a educação, há no ofício do professor uma afinidade com a poesia. Essa dimensão poética da educação tem a ver com a beleza, com o desejo pela intensidade dos encontros, a devoção quase missionária e o risco de transitar pelo desconhecido.

Outro ofício que se afirma nesse lugar de beleza e fé na vida é o do palhaço, ícone da ludicidade. Em entrevista à revista do Anjos do Picadeiro, festival internacional de palhaços que acontece no Brasil desde 1986, o ator Luiz Carlos Vasconcelos, o palhaço Xuxu, fala que “ser palhaço é uma pulsão de vida” e cita um trecho da Carta da Paraíba – escrita por palhaços de todo o mundo durante O Riso da Terra, evento organizado por ele em 2001 –, que se afina com a idéia de uma educação movida pelo respeito à diversidade:

“Nós, palhaços do mundo, não podemos deixar de dizer aos homens e mulheres de nosso tempo, de qualquer credo, de qualquer país: cultivemos o riso, cultivemos o riso, mas não o riso que discrimine o outro por sua cor, etnia, gostos e costumes; cultivemos o riso para celebrar as nossas diferenças. Um riso que seja como a própria vida: múltiplo, diverso, generoso. Enquanto rirmos, estaremos em paz.”

Fonte:http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0207.html

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Propostas de escrita - O que, para que e para quem?


"Propostas de escrita devem ter intenção comunicativa, gênero e destinatário claros. Projetos didáticos ajudam a conjugar esses fatores.
Seus alunos acham que escrever é uma chatice? Sofrem para rabiscar uma ou duas linhas e desistem? Não dizem nada com nada? Misturam gêneros - ou, pior, ficam sempre no mesmo, ou, pior ainda, não têm a menor noção do que se trata? Para resolver isso, um caminho é refletir sobre sua prática em sala. Mais especificamente, sobre suas propostas de produção de textos. É bem provável que esteja nelas a raiz da maior parte das queixas citadas". REVISTA ESCOLA
LEIA O ARTIGO COMPLETO CLICANDO AQUI

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Como lidar com as brincadeiras que machucam a alma


"Todas as crianças e adolescentes tem direito a escolas onde existam alegria, amizade, solidariedade e respeito às características individuais de cada um deles". ABRAPIA

Sabe aqueles apelidos e comentários maldosos que circulam entre os alunos? Consideradas "coisas de estudante", essas maneiras de ridicularizar os colegas podem deixar marcas dolorosas e por vezes trágicas. Veja como acabar com o problema na sua escola e, assim, tirar um peso das costas da garotada.

LEIA O ARTIGO COMPLETO CLICANDO AQUI

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Declaração Universal dos Direitos Humanos

Atividade para meus alunos da Escola Classe III -
Olhe as imagens. Escreva sobre elas, considerando as perguntas abaixo:
1- O que você vê nas imagens?
2- O que há de positivo e o que há de negativo nelas?
3- Há direiros humanos desrespeitados aqui? Quais são eles?
4- Entre no link no final das imagens e copie no caderno os artigos 18,19,25 e 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Leve os artigos para a sala de aula para continuação do trabalho.
















LEIA A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS CLICANDO AQUI

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A gramática normativa e suas incoerências



O poeta exemplifica um artificialismo linguístico, que não condiz com a realidade dos falantes:

DÊ-ME um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da nação brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
ME DÁ um cigarro.

Oswald de Andrade

A produção deste artigo visa à realização de uma avaliação, a respeito da apresentação de itens lingüísticos e gramaticais feita pela gramática normativa, feita através de um confronto entre a apresentação normativista do Português e a verdadeira Língua Portuguesa em uso por parte dos falantes. Baseado nisso, visa-se, também, debater as incoerências e falhas da gramática normativa, bem como as possíveis alternativas para que sejam sanadas as citadas falhas.
Leia o artigo aqui

Conheça seu aluno! Quais são as suas potencialidades e inteligências? Como ele aprende melhor?

A descrição dos sete tipos de inteligência


TIPO A - Lingüística: A palavra é o fundamental. Quem tem esse tipo de perfil tem talento com as linguagens escrita e falada, seja para compreender ou para se expressar. Próprio de redatores, professores e conferencistas.

TIPO B - Lógico-matemática: Talento para o raciocínio, a investigação, caracterizado pela facilidade em lidar com números. Pode ajudar tanto a advogados quanto a contadores.

TIPO C - Visual-espacial: Coisa de quem sabe lidar com a imagem seja para decodificá-la rapidamente, seja para conseguir visualizá-la mesmo que não esteja impressa.

TIPO D - Musical: Tem facilidade para identificar sons. Pode ser um talento musical. Ou um engenheiro de som. É como se a pessoa enxergasse através dos sons.

TIPO E - Corpóreo-cinestésica: O corpo é a ferramenta, o instrumento, ou seja, o contato físico é básico. O que vale para atores, atletas e para mecânicos, que usam a habilidade para fazer consertos.

TIPO F - Interpessoal: É bom em se relacionar com as pessoas: conhece bem o outro e sabe como tirar de cada um o que precisa. Característica de líderes, gestores, relações públicas.

TIPO G - Intrapessoal: É o tipo de pessoa que se conhece muito bem (seus limites e possibilidades), tendo capacidade de automotivação. Reservada, ela também é considerada um bom ouvinte (próprio de psicólogos, gurus e filósofos).

Fonte:http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2006/08/08/285188156.asp

domingo, 10 de maio de 2009

Mito ou realidade? Os professores não são bons leitores.



É consenso a necessidade de os professores de todas as áreas têm de que seus alunos sejam melhores leitores. Analfabeto funcional, hoje em dia, é um conceito frequente na maioria das rodas de professores que aflitos com as dificuldades de grande parte dos alunos em entender até mesmo enunciados simples, veem impossibilitado o processo da aprendizagem formal. A ausência de políticas públicas eficazes para a realização de projetos de leitura é sentida e reclamada. Não que não existam. É que os poucos que temos e os resultados inexpressivos desses contribuem para pensarmos que muito há para se fazer.

Mas qual seria o melhor caminho? Campanhas de incentivo? Se essas não forem acompanhadas de criação de bibliotecas e de melhoria das que já existem muito pouco poderemos andar. E as bibliotecas das escolas? Quantos títulos têm a biblioteca da sua escola? É possível pegar livros emprestados nela? Tem funcionários em todos os turnos? É um local agradável ou os estudantes fogem de lá pela austeridade exigida naquele local?

Falamos muito para os alunos sobre a importância de ler e com certeza gostaríamos que todos fossem leitores eficientes. Sabemos que os jovens mais carentes não vêm de famílias letradas e identificamos isso como um grande problema. E é. Enfim, culpamos o Estado, a família e nos apegamos ao discurso de que a escola não pode tudo. E não pode mesmo. Mas é o mea culpa quem já fez?

Deixando mais claro a nossa provocação: como exigir dos alunos que leiam se encontramos nas salas de aula professores que pouco leem?

Todos afirmam que ler é importante e prazeroso. Que a leitura é capaz de nos conduzir a mundos fantásticos. Mas se é assim, porque os professores não são leitores vorazes? Eles já conhecem essa verdade e são leitores eficientes. Porque leem tão pouco então? Onde está o bom hábito de leitura entre os mestres? Ou será que isso não corresponde à realidade?

Uma pesquisa divulgada no site da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostra que entre as atividades relativas às preferências culturais apresentadas aos docentes, destacam-se aquelas ligadas à profissão. A maioria dos professores, 52%, declara que costuma ler materiais de estudo ou formação. Quanto ao tipo de leitura preferido, a opção que obteve maior número de respostas foi pedagogia e educação, com 49,5%, seguida de livros científicos, com 28,3%. Depois aparecem literatura de ficção, com 27,6% e livros de autoajuda, com 23,8%. Quanto à leitura de jornais, um veículo acessível e que traz informação, 23,5% dos professores declararam que leem uma ou duas vezes por semana, 9,5% que leem a cada 15 dias e 3,7% que não leem jornal nunca.

Está lançada a provocação. Queremos saber se é mito ou realidade que os professores não leem. Para isso abrimos um discutindo para você nos contar o que está lendo agora.São conhecidos todos os fatores que dificultam o acesso aos livros e a outros bens culturais, entre os maiores vilões destacaríamos a falta de poder aquisitivo, a falta de tempo e a não oferta de bons programas em várias áreas do país, pois as programações se concentram nos grandes centros e nesses, como no Rio de Janeiro, por exemplo, na Zona Sul.

Mas apesar dos problemas me parece claro que fazer o que eu falo, mas não o que eu faço, não pode ser um bom caminho. Concordam?

Gostaria de fechar com as palavras de Ana Maria Machado, autora de 107 títulos, sendo 97 voltados ao público infantil, e ganhadora do Prêmio Hans Christian Andersen, o Nobel da literatura infanto-juvenil:

"O bom educador transforma qualquer coisa em material de aula. Ninguém pode dizer que uma semente é, em si, didática. O bom professor pega a semente e ensina a origem da vida. O mesmo vale para o livro. Em si, ele não é didático. O que existe é a possibilidade de criar muitas aulas com base em seu conteúdo, considerando que os grandes temas da humanidade estão presentes nas grandes obras".

Fonte:http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0105.html

MEC pretende acabar com a divisão por disciplinas no ensino médio público em 2010



MEC pretende acabar com a divisão por disciplinas no ensino médio público em 2010
Um prMEC pretende acabar com a divisão por disciplinas no ensino médio público em 201ojeto apresentado ao Conselho Nacional de Educação (CNE) pretende mudar a organização curricular do ensino médio público do país. A partir das orientações que vão constar nesse projeto, cada rede de ensino vai definir o seu modelo de currículo e organização das escolas. Além da possibilidade de o aluno escolher as disciplinas complementares às básicas, está previsto que o atual modelo da grade curricular, dividido em 12 disciplinas tradicionais, seja dividido em eixos mais amplos como linguagens e ciências humanas. Outra mudança é o aumento da carga horária de 2,4 mil para 3 mil horas/ano e a inclusão de atividades práticas para complementar o aprendizado. O projeto, que está sendo chamado de "ensino médio inovador", pode começar a funcionar já em 2010. A mudança vale só para o ensino público.

Como o ensino médio é responsabilidade das redes estaduais de ensino, a intenção do MEC é incentivar as secretarias a promoverem mudanças no currículo e na organização dessa etapa, a partir de apoio técnico e financeiro. Antes, a proposta precisa ser aprovada pelo CNE.

- A escola deixa de ser um auditório da informação e passa a ser um laboratório de aprendizagem - compara o conselheiro Francisco Aparecido Cordão, relator do projeto no CNE. Para ele, o atual modelo curricular aprisiona as escolas. O projeto do MEC sugere ainda que programas de incentivo à leitura estejam previstos na nova organização pedagógica. Outra orientação é valorizar as atividades artísticas e culturais dentro do currículo.

A presidente do CNE, Clélia Brandão, afirma que é preciso mudar o atual modelo da escola para que ela atenda à essa geração.

- De acordo com a Constituição, o ensino médio tem que ser universalizado, mas os jovens ou não vão para escola ou a abandonam porque ela não é interessante para eles. O formato do ensino médio precisa atender à esse perfil do aluno - defende.

O CNE vai realizar audiências públicas para discutir o novo modelo de ensino médio. O processo deve ser concluído até julho. Depois dessa etapa, o ministério começará as negociações com os estados. Serão firmados acordos de cooperação a partir das mudanças propostas pelas secretarias, com a previsão de apoio técnico e financeiro do governo federal para a implantação dos novos modelos.

Segundo o coordenador do ensino médio, ainda não foi definido o montante dos recursos que o MEC irá repassar aos estados para a reforma do ensino médio.

O QUE VOCÊS ACHAM DISSO? VAMOS COMENTAR. identifique-se ao comentar.
Fonte

sábado, 9 de maio de 2009

Paz nas escolas - Como podemos contruir essa cultura?


RESUMO

O artigo discute alguns dos principais aspectos da escalada da violência na sociedade contemporânea, analisando suas causas, influências e repercussões na formação da cultura da violência vigente no mundo de hoje. O artigo enfatiza a importância de uma educação voltada para a cidadania e para a Cultura da Paz, concluindo que só será possível enfrentar a atual situação de violência na escola, na família e nas ruas, através do desenvolvimento de novos comportamentos e ações contra as intolerâncias da vida cotidiana, ódios interétnicos, preconceitos e agressões à pessoa e ao meio ambiente, através de uma educação que construa a Cultura da Paz .
Palavras-chave: Cultura da paz – Infância – Adolescência – Vida adulta
– Educação – Violência – Cidadania.

Fonte: Revista da faceeba- LEIA O ARTIGO É bem enriquecedor!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Ler é construir sentidos. Ótima atividade para os alunos!






Chuva provoca deslizamentos de terra, alagamentos, mortes e muito desespero no Brasil. Como associar isso aos direitos humanos? O que as imagens nos dizem? Quais são os sentimentos expressados nelas?

Colega Educador, Leia! Comente! Dê a sua contribuição.








Genes digitais?

O uso dos computadores e da Internet nas escolas criou uma infinidade de mitos que, em sua maioria, não apenas não correspondem à realidade como também escondem fatos e intenções. Um desses mitos é o de que o aluno é naturalmente um grande conhecedor da tecnologia e que domina os computadores e a Internet, enquanto que os professores, por sua vez, nasceram sem o “gene digital” e, por isso, estão sempre em desvantagem e sentem-se naturalmente inseguros para usar os computadores e a Internet sem que antes tenham múltiplas capacitações e passem a dominar também essas tecnologias. Será mesmo que esse mito se sustenta diante dos fatos?

Em uma pesquisa desenvolvida com 300 alunos do Ensino Médio de uma escola pública, constatei, por exemplo, que 11% dos alunos não possuíam e-mail, 39% possuíam e-mail mas não o utilizavam e apenas 50% deles tinham e utilizavam os seus e-mails. Vale lembrar que 100% dos alunos pesquisados dispunham de computadores e acesso à Internet, quer fosse em suas casas, quer fosse na escola.

Analisando as produções textuais desses alunos é fácil perceber que a grande maioria não sabe como utilizar um editor de textos eletrônico, como o Word ou outro qualquer. Eles sabem digitar, mas não sabem formatar o texto, não conseguem alinhá-lo corretamente, não usam o corretor ortográfico de forma eficaz, têm dificuldades para lidar com imagens inseridas no texto ou simplesmente não sabem como inseri-las, não sabem usar tabelas, etc., etc. Ou seja, são usuários muito pouco proficientes dos editores de texto. E veja que eu não estou falando aqui da qualidade das produções, dos erros de gramática, ortografia, concordância, regência, fuga ao tema, etc., etc.




"Miguxês", nova língua orkutiana.

Poderíamos listar uma enormidade de itens que esses alunos não dominam, mas a lista seria tão extensa que é mais fácil listar aquilo que eles sabem realmente fazer. Tomando como base as competências de letramento digital (pesquisar, comunicar-se e publicar na Internet) podemos resumir o conhecimento médio dos alunos pesquisados como se segue:

PESQUISAR:
Eles usam o Google como ferramenta quase exclusiva para pesquisa; pesquisam usando uma única palavra de busca ou uma frase muito curta; na maioria das vezes aceitam a primeira indicação feita pelo buscador e retornam como produtos da pesquisa textos inteiros ou trechos muito grandes que copiam e colam diretamente, sem analisá-los, resumi-los ou compreendê-los; conhecem poucos sites e blogs que contém material didático ou instrucional (geralmente procuram por trabalhos prontos) e a maioria do material que consultam de forma não orientada diz respeito à jogos, humor, violência, sexo e pornografia; gostam de pesquisar vídeos no YouTube e em outros sites destinados a armazenar esse tipo de mídia, e buscam mais frequentemente vídeos de conteúdo humorístico.

COMUNICAR-SE:
Os alunos usam praticamente apenas dois meios de comunicação na Internet: o Orkut e o MSN; o e-mail é muito pouco usado e menos ainda as listas de discussão e fóruns;
a comunicação se dá quase sempre entre os colegas da turma ou da escola e gira em torno dos interesses próprios da idade e do grupo;
a comunicação representa a maior parte do tempo de uso dos computadores e da Internet; a linguagem utilizada nas comunicações é a linguagem coloquial, basicamente oral e simplificada por um sistema de códigos e abreviações que se difundiu pela Internet nas salas de bate-papo e posteriomente no MSN e no Orkut.

PUBLICAR:
Um número muito pequeno de alunos possui blogs ou sites pessoais; os blogs são temáticos (sobre jogos, poesia, esportes ou algum outro tema do interesse do aluno) e alguns têm ainda o formato de “diários pessoais” que deu origem aos blogs quando eles surgiram; imagens são publicadas preferencialmente no Orkut, são pessoais ou da turma e referem-se ao cotidiano dos alunos; vídeos procuram retratar o cotidiano e situações que consideram interessantes, embora sejam muitas vezes vídeos toscos, de mau gosto e ofensivos. Dentre os temas dos vídeos destacam-se: violência local (brigas), traquinagens (que eles chamam de “zueira”), situações constrangedoras envolvendo colegas (e professores) no ambiente cotidiano e registros de festas e eventos locais.
Como podemos ver, um número considerável dos alunos são basicamente analfabetos tecnológicos funcionais, isto é, eles conhecem as tecnologias que lhes permitem pesquisar, comunicar-se e publicar, mas não o fazem com proficiência porque não possuem as competências e habilidades necessárias para tal. Além disso, as ferramentas que eles conhecem são extremamente simples e eles as conhecem de forma superficial.

Do outro lado do universo digital temos os professores. Estes possuem as competências e habilidades que lhes permitem pesquisar, comunicar-se e publicar com proficiência, mas não o fazem porque na maioria das vezes não têm conhecimento das ferramentas e meios disponíveis para fazê-lo por meio da tecnologia digital dos computadores e da Internet. Além disso, o conhecimento superficial das ferramentas torna os professores inseguros, ainda que esse conhecimento superficial seja maior do que o dos alunos.

Embora não disponha de dados estatísticos atuais sobre o grau de inclusão digital dos professores, tenho observado que nos últimos cinco anos o número de professores que utilizam computadores e a Internet para si próprios e como ferramenta auxiliar de ensino tem aumentado consideravelmente. Em uma sala com quarenta professores onde há cinco anos tínhamos apenas dois ou três deles que possuíam endereço de e-mail, hoje verificamos que somente dois ou três ainda não possuem um endereço eletrônico.

Tudo isso sinaliza ainda mais intensamente para a necessidade de uma mudança de paradigma por parte do professor que lhe permita ver no aluno uma possibilidade de parceria na aprendizagem sobre o uso da tecnologia e que, paralelamente, lhe permita uma maior atuação sobre a aprendizagem dos alunos usando as oportunidades e ferramentas que lhe aproximam do cotidiano desses alunos.

Alunos podem aprender a fazer pesquisas com maior proficiência se professores puderem lhes ensinar como fazê-las. Mas professores não poderão fazer isso sem que antes, eles mesmos, aprendam a usar as ferramentas tecnológicas disponíveis e que já são utilizadas pelos alunos.

Alunos podem aprender muito sobre comunicação, sobre o uso correto da língua e sobre as diversas outras possibilidades de se comunicarem que vão além da simples troca de mensagens instantâneas e recadinhos do Orkut com seus colegas mais próximos, mas para isso é preciso que professores também saibam se comunicar usando o Orkut e o MSN, que sejam acessíveis pelos alunos e que utilizem esses meios de comunicação com os alunos.

Alunos podem se tornar autores e não apenas usuários de textos, imagens e vídeos. Podem, por exemplo, produzir documentários sobre o “making off” de uma peça teatral na escola, podem criar rádios na Internet, podem criar blogs temáticos sobre assuntos relevantes, podem publicar seus trabalhos originais na rede, enfim, podem contribuir para o crescimento da base de dados da Internet de forma útil e produtiva. Mas para isso é preciso que professores publiquem também, que tenham seus blogs, que participem como autores e inspirem seus alunos; é preciso que professores ajudem seus alunos a dar qualidade ao que eles produzem, que lhes ensinem técnicas, regras e estratégias, enfim, é preciso que os professores estejam inseridos no ambiente de produção de conteúdo para que possam ensinar a produzir conteúdo de qualidade.

Os alunos não participam de capacitações, oficinas e cursos específicos para pesquisar, comunicar-se e publicar na Internet, mas aprendem rapidamente como fazê-los, ainda que o façam sem a qualidade que desejamos. Os professores também podem!

Os alunos não sabem pesquisar, comunicar-se e publicar com proficiência. Os professores já sabem. Os alunos não vão adquirir essas habilidades e competências por si mesmos, mas poderão adquiri-las com a ajuda dos seus professores.

Alunos podem ajudar professores a “lidar com a tecnologia dos computadores e da Internet”, mas precisam de professores que lhes ajudem aprender outras coisas que não se resumam a apenas usar a tecnologia, ou seja, alunos precisam de professores que lhes ajudem a desenvolver suas habilidades e competências para a vida, para o mundo, para si próprios e para que possam usar de forma proficiente as ferramentas de que já dispõem e sabem como operar.

Fonte: http://professordigital.wordpress.com/2008/11/17/o-mito-do-aluno-digital/